Novo comercial do VW Phaeton



Muitos dizem que não, mas parece que há vida inteligente na publicidade. Eis um exemplo no volkswagen Phaeton. Pena que esse aí não é para minha bolsinha.

http://www.youtube.com/watch?v=NWA9c7quXy0

Manda Bala vence o Sundance



Reproduzo aqui a matéria da agência BBC sobre o documentário vencendor do Festival Sundance. Mais uma vez a questão da representação do Brasil nas telas internacionais reforça a imagem de um país exclusivamente violento e desonesto. O problema está na criação de estereótipos, na interpretação monossêmica de um país maluco como o nosso.


Filme sobre Brasil 'violento e corrupto' vence em Sundance

da BBC, em Londres

Um documentário americano sobre corrupção e seqüestro no Brasil ganhou, neste sábado, o prêmio do júri de melhor documentário no Festival de Cinema Sundance, em Utah, nos Estados Unidos.

O documentário Manda Bala, dirigido pelo cienasta Jason Kohn, retrata o Brasil como “um dos países mais violentos e corruptos do mundo”.

O filme acompanha “um político que usa uma fazenda de rãs para roubar bilhões de dólares, um milionário que investe uma pequena fortuna para blindar seus carros e um cirurgião plástico que reconstrói as orelhas de vítimas de seqüestro mutiladas”, diz o comunicado do Sundance que traz a lista de vencedores.

De acordo com o jornal americano Los Angeles Times, o documentário Manda Bala se foca em “como os ricos ficam mais ricos e os pobres tentam se safar fazendo seqüestros e outros crimes”. O filme rendeu o prêmio de melhor fotografia para a cineasta paranaense Heloísa Passos.

Outro filme americano sobre um país latino, Padre Nuestro, do diretor Christopher Zalla, também brilhou no Sundance.

A obra, que ganhou o prêmio de melhor filme, fala sobre dois imigrantes mexicanos que entram ilegalmente nos Estados Unidos por razões distintas e acabam cruzando seus destinos.

O filme Grace is Gone, estrelado pelo ator John Cusack, venceu o prêmio do público de melhor filme. Cusack interpreta um pai que tem que lidar com a morte de sua esposa durante a guerra no Iraque.

Realizado todos os anos no mês de janeiro, o Festival de Sundance é tradicionalmente uma vitrine para o cinema independente americano, organizado pela Fundação Sundance, criada pelo ator Robert Redford em 1981.

Curso de Especialização em Cinema



UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
SUPERINTENDÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CINEMA-EXPRESSÃO E ANÁLISE – 1ª turma
Curso de Especialização Lato Sensu

Apresentação
O Curso de Especialização em Cinema – Expressão e Análise responde a uma demanda histórica do ressurgimento do interesse pela produção de cinema, sobretudo no Brasil e na Bahia, com o aumento crescente de cursos que propõem interfaces com o audiovisual e a revitalização das leis de incentivo à cultura e a produção da obra cinematográfica seja em curta, media ou longa duração. Esta demanda de produtos audiovisuais nos mais diversos campos de atividades como educação, turismo, publicidade, arte e entretenimento não só exige a formação imediata de técnicos e operadores da produção propriamente dita como a reflexão aprofundada sobre os significados e sentidos embutidos nestas práticas. Este curso busca contribuir para esta reflexão analítica e conceitual do cinema.

Objetivo Geral
Especializar e qualificar profissionais na análise e interpretação dos discursos audiovisuais. Refletir sobre o universo cinematográfico desde o exame de sistemas conceituais pertencentes ao campo até a aplicação metodológica desses conceitos em análises fílmicas, preparando profissionais para atuação nas áreas de pesquisa e ensino tanto no âmbito da crítica como da análise da produção audiovisual com ênfase na produção nacional e regional.

Objetivos Específicos
• Fornecer ao aluno instrumentalização teórica sobre os estudos cinematográficos que o auxilie na reflexão sobre o cinema mundial, brasileiro e baiano.

• Preparar profissionais para atuação na pesquisa acadêmica voltada para a análise da produção audiovisual nacional/regional.

• Habilitar os profissionais de divulgação e crítica cultural para o aprofundamento de suas visões dos fenômenos da cultural audiovisual contemporânea, seus enlaces com o patrimônio cultural regional e suas aberturas para o mundo globalizado.

• Atualizar profissionais de cinema, comunicação, educação e áreas adjacentes com um programa baseado em recentes referências bibliográficas e voltado para um amplo espectro do universo cinematográfico.

Público-Alvo
Graduados em qualquer área que atuem ou desejem atuar no campo do audiovisual, como professores, críticos, realizadores cinematográficos ou interessados no conhecimento do cinema. Além disso, o curso atende preferencialmente aos profissionais das áreas de Comunicação Social, Artes e Letras.

Coordenação
Profa. Dra. Regina Gomes – Coordenadora
Prof. M. Sc. Roberto Duarte – Vice-Coordenador

Fale com o Coordenador: reginagomesbr@yahoo.com.br e rduarte@svn.com.br

Corpo Docente*
Adriano Oliveira, Mestre em Letras e Lingüística (UFBA);
Ana Cláudia Souza, Mestre em Ciências Sociais (UFBA);
Aristóteles Pereira, Mestre em Comunicação (UFBA);
Carlota Gottschall, Mestre em Comunicação (UFBA);
Cláudio Pereira, Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP);
Guilherme Maia, Mestre em Música (UNIRIO), Doutorando em Comunicação (UFBA);
José Francisco Serafim, Doutor em Cinema Documentário (Univ. PARIS X);
Mahomed Bamba, Doutor em Cinema (USP);
Maria das Graças Auxiliadora Fidélis Barbosa, Mestre em Educação (UFBA);
Monclar Valverde, Doutor em Filosofia (UFRJ);
Regina Gomes, Doutora em Cinema (Univ. Nova de Lisboa) e Mestre em Comunicação (UFBA);
Roberto Duarte, Mestre em Comunicação (UFBA) e Doutorando em Comunicação (UFBA);
Wilson Gomes, Doutor em Filosofia (P.U. S. Tomás Aquino)
* Eventualmente, poderão ocorrer alterações do corpo docente sem aviso prévio, respeitando-se a qualificação necessária.

Estrutura Curricular
História do Cinema Mundial - 30 h/a
História do Cinema Brasileiro e Baiano – 30 h/a
Teorias do Cinema – 30 h/a
Crítica Cinematográfica – 30 h/a
Problemas de Composição Cinematográfica – 30 h/a
Análise Fílmica – 30 h/a
Estética da Comunicação – 30 h/a
A Operação do Olhar: Cinema e Psicanálise – 30 h/a
Estratégias Sonoras no Cinema – 30 h/a
Cinema Documentário – 30 h/a
Economia da Cultura e o Cinema Brasileiro – 30 h/a
Metodologia da Pesquisa – 30 h/a
Metodologia do Ensino Superior (optativa)** – 60 h/a
Orientação Monográfica – 60 h/a
**O valor desta disciplina não está incluso no investimento do curso

Dados Gerais
Carga Horária Total: 420 h/a
Previsão de Início das Aulas: Março de 2007
Local de Realização: Universidade Católica do Salvador – Superintendência de Pesquisa e Pós- Graduação - Campus da Garibaldi –
Horário das Aulas: As aulas ocorrerão às sextas-feiras no turno noturno (das 18:40 às 22:10 h) e aos sábados no turno matutino (das 10:20 às 12 h) e no turno vespertino (das 13h30 às 17 h) durante três sábados por mês. Eventualmente poderão ocorrer aulas às terças, quintas e sextas-feiras no turno noturno (das 18:40 às 22:10 h)
Número de Vagas: 40***

*** A UCSal se reserva ao direito de não realizar o curso caso não atinja o número mínimo de alunos matriculados.

Inscrições para Seleção
Período: até 15 de março
Local: Universidade Católica do Salvador- Superintendência de Pesquisa e Pós- Graduação -SPPG - Campus da Garibaldi - Telefones: 3334-4051 e 3324 -7667
Horário de Atendimento: De segunda à sexta, de 08h00 às 12h00 e de 14h00 às 21h00, e sábado, de 8h00 às 16h00
Valor da Inscrição para Seleção: R$ 20,00

Documentação para Inscrição
- 2 fotos 3x4
- RG e CPF (originais e 1 cópia)
- Diploma de Curso Superior na forma da legislação e normas em vigor (original e 1 cópia)
- Histórico Escolar (original e 1 cópia)
- Curriculum Vitae resumido

Critérios de Seleção
- Análise de Curriculum Vitae
- Entrevista (se necessário)

Investimento
18 parcelas de R$ 320,000
- Desconto de 10% para pagamento à vista do valor total do curso
- Desconto de 5% para empresas que matricularem a partir de três funcionários no mesmo curso
- O pagamento da primeira parcela poderá ser realizado através de: cheque cruzado e nominal à UCSal; cartão de crédito (Visa, Mastercard ou Hipercard); ou débito automático (Visa Electron ou Rede Shop)
- Não aceitamos pagamento em dinheiro

ônibus 174
















Um filme de Terror

A velha máxima de que a realidade supera a ficção nunca foi tão pertinente quanto no documentário Ônibus 174 de José Padilha (2002). Ainda não havia assistido ao filme, na minha lista já há bastante tempo, e fiquei "chocada" com a nossa tragédia humana. Além de um trabalho de pesquisa/reportagem super cuidadoso, o diretor não impõe qualquer discurso (seja ele sociológico ou psicológico) ao espectador que fica assombrado com os depoimentos de policiais, familiares e bandidos.
Será que algum roteirista teria imaginado uma história dessas? Os documentários brasileiros cada vez mais me surpreendem. Que a boa fase continue!

Críticas e Filmes Brasileiros de 2006


Reproduzo aqui a Edição Especial Cinema Brasileiro 2006 publicada na excelente revista eletrônica CINÉTICA.


Edição Especial Cinema Brasileiro 2006

1972, de José Emilio Rondeau
por Eduardo Valente

Achados e Perdidos, de José Joffily

por Francis Vogner dos Reis

Anjos do Sol, de Rudi Lagemann
por Cléber Eduardo

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger
por Eduardo Valente

Árido Movie, de Lirio Ferreira
por Cléber Eduardo

Bilú e João, de Katia Lund
por Cezar Migliorin

Boleiros 2 - Vencedores e Vencidos, de Ugo Giorgetti
por Felipe Bragança

debate
Brasília 18%, de Nelson Pereira dos Santos
por Cezar Migliorin e Eduardo Valente

Cafundó, de Paulo Betti e Clóvis Bueno
por Lucas Keese

Cafuné, de Bruno Vianna
por Felipe Bragança

Canta Maria, de Francisco Ramalho
por Eduardo Valente

Casseta e Planeta - Seus Problemas Acabaram, de José Lavigne
por Eduardo Valente

Cerro do Jarau, de Beto Souza
por Marcus Mello

O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
por Paulo Santos Lima


A Concepção, de José Eduardo Belmonte

por Cléber Eduardo

Crime Delicado, de Beto Brant
por Fábio Diaz Camarneiro

Depois Daquele Baile, de Roberto Bontempo
por Eduardo Valente

Dia de Festa, de Toni Venturi e Pablo Georgieff
por Francis Vogner dos Reis


O Dia em que o Brasil esteve Aqui, de Caíto Ortiz e João Dornelas
por Cléber Eduardo

Do Luto à Luta, de Evaldo Mocarzel
por Leonardo Mecchi

Dom Hélder Câmara - O Santo Rebelde, de Érika Bauer
por Francis Vogner dos Reis

Estamira, de Marcos Prado
por Cléber Eduardo


Eu Me Lembro, de Edgard Navarro
por Lila Foster

Família Alcântara, de Daniel Santiago e Lilian Santiago
por Lucas Keese

A Festa de Margarette, de Renato Falcão
por Felipe Bragança

Fica Comigo Esta Noite, de João Falcão
por Lila Foster

O Gatão de Meia-Idade, de Antonio Carlos Fontoura
por Cléber Eduardo

Incuráveis, de Gustavo Acioli
por Eduardo Valente


Intervalo Clandestino, de Eryk Rocha
por Felipe Bragança

Irma Vap - O Retorno, de Carla Camurati
por Eduardo Valente

O Maior Amor do Mundo, de Carlos Diegues
por Eduardo Valente

A Máquina, de João Falcão
por Felipe Bragança

Meninas, de Sandra Werneck
por Cléber Eduardo


Moacir Arte Bruta, de Walter Carvalho
por Felipe Bragança

A Mochila do Mascate, de Gabriela Greeb
por Eduardo Valente

Muito Gelo e Dois Dedos d'Água, de Daniel Filho
por Marcus Mello

Mulheres do Brasil, de Malu de Martino
por Eduardo Valente

No Meio da Rua, de Antonio Carlos Fontoura
por Cléber Eduardo

O Olhar Estrangeiro, de Lúcia Murat
por Leonardo Mecchi

Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho
por Ricardo Calil

O Sol - Caminhando Contra o Vento, de Tetê Moraes e Martha Alencar
por Leonardo Mecchi

Sonhos e Desejos, de Marcelo Santiago
por Francis Vogner dos Reis

Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira
por Cléber Eduardo

Trair e Coçar é só Começar, de Moacyr Góes
por Cléber Eduardo

Veias e Vinhos, de João Batista de Andrade
por Eduardo Valente

debate
Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra
por Cléber Eduardo e Leonardo Mecchi

Vestido de Noiva, de Joffre Rodrigues
por Eduardo Valente

Zuzu Angel, de Sérgio Rezende
por Cléber Eduardo

O Olhar Estrangeiro, de Lúcia Murat

por Leonardo Mecchi

Estamira



Em Maceió, assisti ao maravilhoso Estamira. O documentário de Marcos Prado, que ganhou Festival do Rio em 2004, é perturbador não só pela temática explorada - o relato de uma mulher pobre, descrente e seu discurso inclassificável - mas sobretudo pelo tratamento estético dado às imagens. A câmara, que acompanha Estamira por anos, concede movimentos que fogem a regra codificada dos documentários (câmara quase sempre parada) e contextualiza a cena com planos de detalhes incríveis, seja uma mão tremulante de Parkinson seja um falso lustre dependurado no teto da casa. E o que dizer da fotografia que passa de P&B ao colorido com uma harmonia pouca vezes vista no cinema. Tudo no filme me encantou: o roteiro, a música, os enquadramentos e o discurso de Estamira. Foi o melhor documentário brasileiro que vi nos últimos anos.
http://www.estamira.com.br/


Segue abaixo crítica de Inácio Araújo

Crítica


Profetiza do lixo nasce de bela fotografia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Nos anos 60, o CPC ia ao povo em busca de uma verdade nacional.
Eram sambistas, cangaceiros, artesãos ou futebolistas os que pareciam produzir o segredo de nossa salvação. Eram os anos Guarnieri -para lembrar o autor de "Eles Não Usam Black-Tie"-, os anos Augusto Boal.
Uma ditadura militar e a decadência da URSS nos fizeram enterrar ilusões. Uma nova geração, nos anos 80, desperta para os visionários dos anos 70 (e 60 também), que tinham passado quase em branco, como "marginais". Eram Sganzerla, Bressane, Mojica, Zé Celso.
Passamos a acreditar que a cultura podia ser a salvação. Como chegamos aos anos 2000? Talvez seja essa a principal questão que este filme propõe ao público. "Estamira" nasce do longo trabalho fotográfico de Marcos Prado no lixão do Jardim Gramacho, no Rio. É ali que ele conhece Estamira.
Não é preciso mais do que alguns segundos para perceber que não estamos mais nos anos 60. Em meio ao lixo, essa visionária se dispõe a "revelar a verdade", a mostrar o que está "além dos além", aquilo que "cientista nenhum viu".
O diagnóstico clínico de Estamira é esquizofrenia. Pode ser. Mas esse é um mal de quase todo profeta, de modo que Estamira não interessa como caso clínico senão aos especialistas.
É de imagens que se trata: uma profetiza em meio aos abutres, proferindo frases grandiloqüentes, intercaladas com momentos em que se comunica por grunhidos que compõem um simulacro de língua pessoal. É uma mulher cujo discurso parece fazer parte do lixo que ela recolhe para sobreviver: um ajuntamento de palavras incapazes de fazer sentido.
Mas não percebemos essa ausência de sentido como loucura. Seu discurso até parece, às vezes, com passagens delirantes dos filmes de Glauber Rocha. Ou de Zé do Caixão. Quem será, por exemplo, esse Trocadilo a que se refere? Parece um Deus decaído, vingativo e mau, contra quem o homem precisa se levantar. Ele é a expressão do "esperto ao contrário" -outro personagem recorrente de suas perorações.
O que diz Estamira quase nunca faz sentido. Mas a questão é: o que mais faz? Já que somos tão sãos, poderíamos tentar responder isso. Estamos no lixão do século 21. As palavras que procuram dar forma ao real não raro se atropelam, se recusam a significar. Mas também podem se arranjar em sua força com radicalidade niilista, como nos discursos contra Deus, obscuros e sublimes.
É possível objetar que Prado cria um lixão terrivelmente fotogênico. Isso talvez seja necessário para o espectador suportar o longo convívio com essa paisagem inóspita. Pois, acima de tudo, é ela que nos informa sobre o local consignado ao povo brasileiro no novo milênio.


ESTAMIRA




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