O GRACC na SEMOC


O Grupo de Pesquisa em Análise de Crítica Cinematográfica já tem sua estréia marcada: no dia 19 de outubro deste ano de 2006, membros e orientadora se apresentarão na Semana de Mobilização Científica (SEMOC), na Universidade Católica do Salvador.

A apresentação acontecerá na sala SC-57, das 19 às 21 horas, no campus da Lapa, e serão três os trabalhos:

C-222 Reflexões sobre a crítica cinematográfica, por Regina Gomes, orientadora do GRACC;

C-223 A retórica das críticas acerca do filme Cidade de Deus Eliel Santana, Gabriel Brugni e Luiz Fernando Sales, membros;

C-224 Análise retórica das críticas de cinema das revistas Bravo! e Veja: o caso do filme Central do Brasil Fernanda Félix, Fernando Márcio e Lucas Almeida, também membros.

Além dos três trabalhos do grupo, será apresentado também "Dizer o que quisesse, da melhor forma que você soubesse: Jornadas de Cinema da Bahia na década de 1970", de Izabel de Fátima Cruz Melo.

E, como entrada para o prato principal da estréia do GRACC, recomendamos, para os dias 16 e 17 da SEMOC, o minicurso Crítica Cinematográfica, ministrado por nossa orientadora, Regina Gomes, a ser realizado também no campus da Lapa, das 15 às 18 horas.
Para mais informações sobre a SEMOC, incluindo inscrição e programação, clique aqui para visitar o site do evento.


Finalmente, Eu me lembro, filme do diretor baiano Edgar Navarro entra em cartaz. Segundo nota do A tarde, "o filme estréia nesta sexta em São Paulo e deve chegar em Salvador em meados de outubro". Sobre a recepção do filme, Navarro diz que o filme “pode ou não agradar o paladar de cada crítico ou platéia, mas que o caminho se pavimentou”. Vamos esperar e torcer pelo diretor de o Rei do cagaço e Superoutro.

Lançamento do vídeo-documentário sobre Capoeira Angola



O Ponto de Cultura de Capoeira - FICA, convida para o lançamento do vídeo-documentário :

5x1 - Transformando com ginga, a ser exibido no dia 02/10/2006, 19h no Teatro Gregório de Mattos.

Este foi um projeto que surgiu de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a FICA - Fundação Internacional de Capoeira Angola, possibilitando a produção do vídeo pela comunidade negra, procurando resgatar a cultura e a memória da Capoeira Angola, criando um acervo audiovisual para o registro da sua história, utilizando a capoeira como elemento transformador nas ações sociais.

Novo livro de Lúcia Nagib: da utopia à distopia no cine brasileiro

A professora da Universidade de Leeds (Grã-Bretanha) e pesquisadora de cinema brasileiro, Lúcia Nagib, vai lançar neste mês pela Cosac Naify, A Utopia no Cinema Brasileiro - Matrizes, Nostalgia, Distopias. A obra investiga o modo como o “gesto utópico” do Cinema Novo persiste ou é negado nos filmes brasileiros realizados a partir dos anos 90, com o chamado cinema da retomada.

Gracc escolhe - 10 melhores da retomada

Regina Gomes

1- Abril despedaçado
2- Cidade de Deus
3- Central do Brasil
4- Os matadores
5- Baile Perfumado
6- Amarelo manga
7- Madame Satã
8- Nós que aqui estamos por vós esperamos
9- Notícias de uma guerra particular
10- O homem que copiava

Gabriel Brugni

1. Abril Despedaçado
2. Cidade de Deus
3. O Homem que Copiava
4. O Homem do Ano
5. Meu Tio Matou um Cara
6. Bicho de Sete Cabeças
7. Amores
8. Lisbela e o Prisioneiro
9. A Máquina
10.Eu Tu Eles

Luiz Fernando

1- Cidade de Deus
2- O Bicho de Sete Cabeças
3- O que é isso Companheiro?
4- Abril despedaçado
5- Central do Brasil
6- O Auto da Compadecida
7- Um Céu de Estrelas
8- Baile Perfumado
9- O homem que Copiava
10- Carandiru

Fernando Rocha

1 - Nina
2 - Casa de Areia
3 - Bicho de 7 cabeças
4 - Dom
5 - Se eu fosse você
6 - Orfeu
7 - Olga
8 - Narradores de Javé
9 - Cidade Baixa
10 - Madame Satã

Eliedilson Santana

1 - O que isso companheiro?
2 - O homem que copiava
3 - Cidade de Deus
4 - Central do Brasil
5 - Carandiru
6 - Narradores de Javé
7 - Bicho de sete cabeças
8 - Ônibus 174
9 - O invasor
10 - O auto da compadecida

Fernanda Felix

1 - Abril despedaçado
2 - O que é isso companheiro
3 - Cidade de Deus
4 - O homem que copiava
5 - Central do Brasil
6 - Lisbela e o prisioneiro
7 - O auto da compadecida
8 - Casa de areia
9 - Edifício Master
10 - Narradores de Javé

Lucas Almeida

1- O que é isso companheiro?
2- Cazuza - O tempo não pára
3- Central do Brasil
4- Cidade Baixa
5- Lisbela e o Prisioneiro
6- Olga
7- Cidade de Deus
8- O auto da compadecida
9- Caramuru - A invenção do Brasil
10- Narradores de Javé

E os 5 mais votados foram:

1 - Cidade de Deus
2 - Central do Brasil
3 - O homem que copiava
4 - Abril despedaçado
6 - Bicho de 7 cabeças


Bazin e a crítica





"A função do crítico não é trazer numa bandeja de prata uma verdade que não existe, mas prolongar o máximo possível, na inteligência e na sensibilidade dos que o lêem, o impacto da obra de arte".

André Bazin

Cinema, aspirinas e urubus na disputa do Oscar





Achei boa a indicação do filme ao Oscar 2007. É o cinema pernambucano provocando o espectador com sua narrativa árida como o clima e com as excelentes atuações de João Miguel e do alemão Peter Ketnath.

Festival É Tudo Verdade


As inscrições estão abertas para o festival É tudo verdade (2007), o melhor do gênero documentário do país.

GRACC na SEMOC



Os três trabalhos do grupo foram aprovados pela comissão científica. São eles:

A retórica das críticas acerca do filme Cidade de Deus
Análise das críticas das revistas Veja e Bravo!: o caso Central do Brasil
Reflexões sobre a crítica cinematográfica


Segue abaixo texto informativo publicado no site da SEMOC:

A Comissão Científica, formada por 46 professores doutores de
universidades baianas e de outros estados, aprovou 310 dos 407
trabalhos de pesquisa inscritos na IX SEMOC, sendo 237 para as
sessões de comunicação e 73 para as de pôster. Brevemente estaremos
anunciando a programação das sessões temáticas, com indicação de dia,
horário e local das apresentações.


Filme Cafuné permite download pelo usuário

É o fim das salas de cinema? espero que não, pois ainda gosto do ritual e do barulho de pipoca mastigada.

Saiu no Blog Jornalismo & Internet:



"Continua sendo muito comentado na Blogosfera o lançamento simultâneo, em circuito comercial e na Internet, do filme Cafuné, de Bruno Vianna. A obra está sendo distribuída para download sob licenca Creative Commons, em duas versões. A versão mais curta (73 minutos) é para quem quer apenas assistir o filme; a versão mais longa (91 minutos) é para quem quer fazer sua própria edição do material filmado.
Para fazer download do Cafuné, você precisa de um programa de compartilhamento peer-to-peer, como o eMule , o bitTorrent ou o Soulseek. Cada um tem suas vantagens e desvantagens: o Torrent é mais rápido, mas só funciona bem quando muitas pessoas estão baixando o mesmo arquivo. O eMule funciona bem mesmo com pouca gente compartilhando o filme. Alguns outros programas, como o Shareaza, permitem que você faça download em todas as redes acima ao mesmo tempo. É também uma opção, ainda que mais complicada.
O download pode também ser feito através do Banco de Cultura do Overmundo, que informa que a média de acessos tem sido de quatro mil por dia.
Uma entrevista com o diretor está no Blog do Overmundo."

marcos palacios

Curso sobre Como se faz Crítica de Cinema

CURSO: ?COMO SE HACE CRITICA DE CINE? FACULTADE DE CIENCIAS
SOCIALES. UNIVERSIDAD DE BUENOS AIREs


Tenemos el agrado de informar a ustedes que a partir del
miercoles 20 de setiembre dara comienzo el curso?Como se
hace critica de cine? a cargo del critico Claudio Huck.

El mismo tendra una duracion de dos meses y habra de
dictarse en nuestra sede de Marcelo T. de Alvear 2230,
teniendo frecuencia semanal y en el horario de 21 a 23 hs.

Informes e inscripcion en la Secretaria de Cultura de la
Facultad de Ciencias Sociales, en el horario de 11 a 18 hs.

Telefono: 4865-4030, interno 164.
Correo electronico: cultura@mail.fsoc.uba.ar
Pagina web:

Se otorgan certificados.

Por que escrever sobre um filme?

"Escrever sobre um filme é perguntar: “O que pode um filme?” E normalmente eles podem mais do que umas estrelas no jornal ou um “bom”, “chato”, “revolucionário”, “niilista”, etc. Ao mesmo tempo em que dispensam porta-vozes. Não se fala em nome dos filmes, mas com eles – para além de nós, para além dos autores, para além dos filmes."
Cezar Migliorin - Revista Cinética

GRACC em análise

O GRACC analisou “Deus e o diabo na terra do sol”, segue abaixo comentários e pontos de vista com relação a esta grande obra. Marco do cinema brasileiro.


"Eu parti do texto poético. A origem de Deus e o diabo é uma língua metafórica, a literatura de cordel. No Nordeste, os cegos, nos circos, nas feiras, nos teatros populares, começam uma história cantando: eu vou lhes contar uma história que é de verdade e de imaginação, ou então que é imaginação verdadeira. Toda minha formação foi feita nesse clima. A idéia do filme me veio espontaneamente."

(Glauber Rocha)




Para engrandecer ainda mais os gestos de cada personagem, Glauber dá ao tom de “Deus e o diabo na terra do sol” uma musicalidade verdadeiramente brasileira, com o intuito de demonstrar ainda mais a força expressiva de sua obra.
O cinema glauberiano é um cinema de ritmo. Tudo ocorre de forma intensa, tal intensidade passada demonstra os sentimentos de Glauber como cineasta e crítico. A sua visão de mundo e o seu estilo de fazer cinema o marcaram e o tornaram referencia na arte de fazer cinema no Brasil
.”
(Fernando Rocha)

Ao final do filme, as falas de Corisco, antes do seu conflito com Antônio das Mortes, indicam a Manoel o caminho da remitência, da esperança, da continuidade da luta. Corisco aponta para a necessidade da consciência revolucionária.
Outro elemento importante e bem explorado por Glauber é a música. Atrelada à trama e dotada de carga semântica torna-se importante recurso na produção de sentido. A tensão da câmara, da música e expressões dramáticas dos personagens caracterizam a estética e constroem uma linguagem própria, dão origem a denominação “cinema de autor
”.”
(Fernanda Felix)

O filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, utiliza-se de forma bastante explícita, a linguagem metafórica. Partindo desse princípio, pontuarei uma metáfora marcante do filme, que é a resolução do mesmo, (quando o mar beija o Sertão), é um fechamento profético, que abarca na sua essência o desejo do povo, o sonho de Glauber e a realização da arte.
Deus e o Diabo na terra do Sol, talvez seja o retrato mais fiel possível de um Brasil, que Brasil sempre rejeitou, omitiu, ignorou, mas que o gênio Glauber, com o seu desejo de história não se furtou, em denunciá-lo, de forma emblemática, crítica e política, fundando o tão saudoso cinema de autor, que irá influenciar profundamente o cinema moderno brasileiro
.”
(Luiz Fernando Sales)

O filme tem uma estética bastante peculiar que vem caracterizar o cinema de autor, passando por planos fechados e abertos de forma instantânea, destacando a tensão entre o espaço aberto e a demarcação, cortes bem evidentes, uma impostação teatral visível na fala e nos gestos exagerados dos atores de forma dramática, outro fato interessante e emblemático nesta obra que a torna uma preciosidade nacional é a sua trilha sonora com músicas de Villa-Lobos que vem criar uma atmosfera fortemente pesada com uma carga bastante emotiva, ajudando a visualizar o sofrimento e perplexidade dos personagens do filme.
É imprescindível salientar a ruptura dos paradigmas da linguagem cinematográfica feita por Glauber, pois justamente com a produção de sua obra através de recursos escassos, se tornou possível contornar as adversidades financeiras, quebrar expectativas do público e produzir uma linguagem própria que manifestassem todos os conflitos de ordem política e social que pudessem emanar ao mesmo tempo um espírito nacionalista cultural, assim fica evidenciada a invenção de uma linguagem única e peculiar de se fazer cinema criada por Glauber Rocha
.”
(Eliedilson Santana)

"Em Deus e o Diabo na terra do sol, a oposição entre a libertação da opressão através de uma fé exacerbada e a utilização da agressão como fonte primeira para se alcançar a Revolução, são o tema central da película. Inicialmente, o plano da religiosidade extrema se sobressai, compondo a personagem Manoel, que desiludido e sem expectativas, se agarra à fé através de um homem santificado, Sebastião. Isto só se altera a partir do encontro de Manoel com Corisco, signo de luta e revolução de uma nação Nordestina (sob a sombra de Lampião), tomando para si o ideal revolucionário da luta com armas, para combater a opressão e poder ver algo além de um futuro incerto. A conexão entre violência e história, por sinal, são elementos típicos aos filmes de Glauber Rocha."
(Lucas Almeida)

Irreversível no Telecine Cult

Assisti a este maravilhoso filme em Lisboa. Gaspard Noé exibe um exercício formal e narrativo numa história de perturbadora violência física e estética. Nele, há a mais longa cena de estupro do cinema: 10 min em plano-sequência. O diretor usa a estrutura narrativa invertida para jogar com as expectativas do espectador e garante um provocante filme, algo difícil de encontrar no cinema atual.
Vale a pena conferir.


"Irreversível" prioriza imagem sobre realidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA


Os primeiros movimentos de "Irreversível" (Telecine Cult, 0h10) já indicam o que será esse filme em que a relação essencial não é com o real, mas com a própria imagem.
Aqui, os movimentos são ágeis. Às vezes, hábeis; outras, erráticos. Não existe contradição entre as duas coisas. Trata-se de produzir imagens. Dois sujeitos saem batendo em quem aparece pela frente, na sua busca por um terceiro homem: o que violentou a garota de um deles.
Pode-se imaginar que a violência está no cerne do filme. Mas que violência é essa? A de um submundo que parece se bastar e não estabelece relações com qualquer outro universo (ou com o universo em geral)?
Nesse caso, é possível perguntar: qual o interesse de tudo? Será espantar com a extensão e a agilidade dos planos? Pode ser. Quando Orson Welles fazia um "travelling" interminável em "A Marca da Maldade", ele existia para captar algo do mundo. Aqui, parece existir para isolar.

Fonte: Folha de São Paulo, 04.09.2006

Pioneira da crítica feminista no Brasil

Laura Mulvey está no Brasil, mas infelizmente não na Bahia. A pesquisadora veio dar palestras e um curso especial na pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

"Antes, o espectador assistia a qualquer filme à velocidade de 24 quadros por segundo. A tecnologia digital deu ao espectador a possibilidade de alterar a velocidade do filme, parando, repetindo, pulando trechos, assistindo por capítulos. Esse espectador pode controlar o filme tanto em termos estéticos quanto talvez em termos eróticos".
"Ao retornar a filmes já vistos no cinema a partir da posição do espectador que interrompe a narrativa, salta capítulos, volta, congela a imagem, é possível falar de um cinema de tempo, reflexivo, mesmo no interior de filmes de ação, onde o privilégio do movimento dificulta a reflexão".
"Psicose" me parece híbrido. Hitchcock experimenta o colapso da narrativa com o desaparecimento da protagonista no meio do filme".

LAURA MULVEY
cineasta e professora de cinema

Pré-estréia do filme e Debate com Eduardo Escorel

Vocação ao Poder, de Eduardo Escorel

Pré-estréia dia 4 de setembro, às 20hs
Sala Walter da Silveira

Nas eleições municipais de 2004, na cidade do Rio de Janeiro, duas equipes acompanham seis candidatos que concorrem, pela primeira vez, ao cargo de vereador. Várias etapas da campanha são registradas, desde as convenções partidárias até a apuração dos votos, e a reação, no dia seguinte, dos eleitos e dos derrotados. O documentário procura traçar, dessa maneira, o perfil de jovens aspirantes ao poder no momento em que dão o primeiro passo na carreira política.

Filmografia do Resumida do Diretor:
Um dos principais montadores do Cinema Novo, parceiro recorrente de Glauber Rocha e Joaquim Pedro de Andrade, Eduardo Escorel possui um papel fundamental em filmes como Terra em Transe, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, Macunaíma e Cabra Marcado para Morrer.

Como diretor, função que desempenhou com maior regularidade a partir dos anos 1980, optou por um processo de criação bastante variado. Realizou longas-metragens ficcionais (Ato de Violência e Cavalinho Azul), flertou mais de uma vez com o universo de Mário de Andrade (Lição de Amor e Chico Antônio - O Herói com Caráter), documentou personagens fundamentais da história política brasileira ( Rondon, O Sentimento da Terra; Ulysses, Cidadão e O Barão) e assumiu uma série de filmes didáticos que investigam aspectos de nossa historiografia (em especial, a trilogia 1930 – Tempo de Revolução , 32 – A Guerra Civil e 35 – O Assalto ao Poder)


Debate com Eduardo Escoreal
mediador: Professor Francisco Serafim
Dia 5 de setembro (terça-feira), às 8 horas
facom - sala 10 - campus de ondina




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