Entrevista com Daniel Caetano

Daniel Caetano é crítico de cinema, mantém um blog Passarin, foi redator da Contracampo e atualmente é colaborador da Cinética. É também diretor, produtor e roteirista do filme Conceição: autor bom é autor morto e organizador do excelente livro Cinema Brasileiro: ensaios sobre uma década (1995-2005) e do recente Serras da desordem, ambos da Azougue editorial. Logo abaixo, a entrevista concedida ao GRACC.





Fale um pouco sobre seu percurso até chegar à crítica de cinema.

Comecei a escrever ainda bastante novo, em jornais escolares, mas só
passei a fazer isso a sério quando já estava prestes a me formar na
UFF. Quando entrei na universidade não planejava seguir carreira como
crítico, mas fui convidado a escrever um texto para a Contracampo,
depois me chamaram para fazer parte da redação do site e acabei me
envolvendo cada vez mais com a questão. Mas meu envolvimento
profissional com cinema começou antes de meu envolvimento profissional
com a crítica: embora os filmes só tenham ficado prontos anos depois,
eu já havia participado de filmes antes de escrever para a
Contracampo, então sempre mantive os pés tanto na parte de realização
quanto de crítica.


O que você pensa sobre a classificação ortodoxa das estrelinhas
presente em quase toda a imprensa cinematográfica brasileira?

Não vejo problema algum nisso. Vejo problemas em confundir isso com
crítica, o que não é. As estrelinhas servem como guia de consumo - têm
o mesmo valor de se perguntar a um colega bem-informado se ele gostou
de um disco ou um filme. Crítica é reflexão, é algo que se faz a
partir do filme, então não é possível estabelecer diálogo com o texto
sobre o filme antes de vê-lo. Mas não acho errado que existam guias de
consumo, o problema é quando se pretende resumir "crítica" a apenas
isso.


Muito se questiona sobre a verdadeira função da crítica
cinematográfica, se para esta é reservado o papel de avaliar,
informar, entreter, ou ainda enquadrar-se enquanto arte. Para você,
qual seria a função predominante da crítica na atualidade?

Não sei qual seria a função. Não sei nem mesmo se tem uma função
principal. Acho que o texto crítico é uma reação - é a maneira de
alguém (o crítico) refletir sobre o que viu e, a partir das suas
impressões, dar material para que os seus leitores pensem no que disse
e criem suas próprias perspectivas. Mas a crítica de que mais gosto
inclui uma certa dose de criatividade: acho chatíssimo quando leio um
texto que parece ser o release de divulgação do filme (ou, no caso
oposto, quando parece ser um chilique impertinente). O que mede o
valor da crítica é a capacidade de provocar inquietação de suas idéias
- mas como se mede isso? Não sei.


Recentemente Daniel Filho declarou: "A crítica aplaude esses
filmes meio malditos, que têm pouco público. É uma dicotomia entre o
que a crítica pensa e o que o público quer ver". Você acha que hoje
existe um “divórcio” entre a crítica e o público no Brasil?

Não, não acredito, simplesmente porque não vejo nem "a crítica" nem "o
público" como entidades monolíticas, tal como esse pensamento do
Daniel Filho sugere. Entre "o público", é possível encontrar pessoas
que dizem o mesmo que ele diz serem próprias de "críticos", e
vice-versa. O caso é que pessoas têm gostos diferentes e também têm
muita dificuldade de lidar com isso. Para mim, é natural que uma
pessoa tenha um ponto-de-vista inteiramente diferente do meu acerca de
um filme. Mas há pessoas que almejam a unanimidade absoluta e ficam
indignadas diante de qualquer pessoa que discorde do que elas acham.
Eu acho isso de uma mediocridade lamentável.
Por isso, eu diria que as coisas são de outra maneira: todas as
pessoas têm, entre si, casos de "divórcios" de opinião. Duas pessoas
que concordam em tudo certamente serão um casal muito chato e
repetitivo. Dessa maneira, é natural que o que um crítico escreve
venha a desagradar muitos dos seus leitores, mas outros tantos irão
concordar. Faz parte do jogo.


O jornalista Daniel Piza (Jornalismo Cultural, ed. Contexto, 2004)
afirmou que a relação da crítica de cinema com a produção nacional
passou, desde 1994, por um certo paternalismo e “confundiu-se a
satisfação por ver sua retomada com mérito verdadeiro de cada um dos
filmes”. Qual a sua opinião sobre o relacionamento entre a crítica e o
cinema da retomada?

Concordo em grande parte com o que disse o Piza. Acredito que houve
sim uma certa complacência, que pode ser compreendida se notarmos que
em outros casos (sobretudo nos anos anteriores, mas mesmo até hoje)
existiu uma má-vontade agressiva diante dos filmes feitos.
Como disse, não acho que "a crítica" seja monolítica. Até hoje existem
os complacentes, assim como existem os preconceituosos que detestam
tudo antes de ver e também existem os covardes, que têm medo de se
posicionar antes dos demais.
É com relação a esses últimos que tenho mais questionamentos. Me
parece que tanto a complacência quanto o preconceito são
anti-críticos, já que estabelecem pré-julgamentos (favoráveis no
primeiro caso, desfavoráveis no segundo) - mas o silêncio covarde é
ainda mais ameaçador, porque ele simplesmente não pode ser contestado
(não se contesta um silêncio, não há o que contestar) e só serve para
ajudar a estabelecer falsas unanimidades. A tarefa do crítico é ser
honesto consigo mesmo na sua capacidade de ver o filme, e disso não se
pode abrir mão.


Em Junho de 2001, a professora Ivana Bentes publicou no Jornal do
Brasil o artigo “Da estética à cosmética da fome”, iniciando uma
polêmica que até hoje é tema de debate em universidades e fóruns. O
artigo acusa o cinema brasileiro de se valer da miséria e da violência
para entreter e atrair o público às telas. Qual a sua opinião sobre
este embate que envolve principalmente o filme “Cidade de Deus”?


Acredito que esse debate é um pouco redutor, ao tratar de forma
extremamente negativa (como mero entretenimento, como se isso fosse um
defeito em si) a capacidade de sedução e fascínio de um filme.
Não acredito que existam regras morais intocáveis e absolutas - cada
filme terá seu próprio registro, suas próprias questões, então me
parece melhor discutir essas questões circunstancialmente, filme a
filme, do que tentar falar de generalidades.
Especificamente acerca do filme Cidade de Deus, me parece que ele [Fernando Meirelles] faz uma série de procedimentos questionáveis para obter personagens que se enquadram nos registros do cinema de gênero. Isso me incomoda, mas não
nego que, ao mesmo tempo, é uma estratégia que dá força ao filme.
Vale notar que a própria Ivana já revisou essa tese dela, observando
que Cidade de Deus se enquadra menos nessa crítica do que filmes como,
por exemplo, Central do Brasil e Guerra de Canudos.


O que você pensa sobre a descentralização dos espaços da crítica
de cinema que hoje migrou, sobretudo, para a internet?

Acredito que é algo extremamente benéfico. Não apenas por criar novos
espaços em que críticos iniciantes podem trabalhar e em que críticos
já experientes podem ter o espaço que precisarem - além disso, a
internet ampliou imensamente o universo de leitores. Hoje em dia,
ninguém mais precisa assinar o jornal X para ler os textos de algum
fulano, assim como ninguém mais é obrigado a ter como leitura somente
os textos superficiais de algum beltrano que escreva no jornal de sua
cidade.


Para finalizar, você prefere "pensar" o cinema ou "fazer" cinema?

Acho que as duas coisas vêm de uma embolada só, pelo menos para mim.
Uma vez que gosto de "curtir cinema", sempre me pareceu natural querer
"pensar" e "fazer".
A vantagem de "pensar" é que não custa dinheiro e não envolve o
esforço de outras pessoas. Nesse sentido, é uma atividade mais
constante, menos sujeita a idas e vindas.
Mas, por outro lado e pelo mesmo motivo, é um momento especialmente
feliz quando temos pronto um filme, um trabalho "feito" durante
bastante tempo por uma série de pessoas. Escrever um texto que parece
bom dá alegria, certamente, mas não se compara a ter um filme pronto.

Monstros vs Alienígenas vs Clichê


Monstros vs Alienígenas é um filme que apresenta a história de Susan, uma noiva prestes a se casar com um esnobe jornalista de um canal televisivo. No entanto, pouco tempo antes da cerimônia, um estranho corpo vindo do espaço colide justamente com esta garota. Este “encontro”, ainda nos primeiros minutos não causa o estranhamento natural para a situação, mas já na igreja os convidados e o próprio noivo detectam sinais em Susan, totalmente atípicos para um ser humano normal.
Susan torna-se uma gigante, seus olhos ficam “fluorescentes” e, sem muitas explicações, ela aparece em um “abrigo”(prisão) de monstros/aberrações que, com trajetórias e motivos particulares, acabaram naquele lugar e tornaram-se amigos. A partir daí, trava-se uma luta entre Monstros (Susan e seus novos amigos) e Alienígenas (criaturas oriundas de outro planeta), tendo como resultado da batalha o esperado triunfo do bem. Entretanto, até aqui, e durante o desenvolvimento da narrativa por completo, não é possível identificar novidades em termos de composição fílmica. A luta entre o bem e o mal, a não aceitação do diferente são temas utilizados de forma recorrente nas obras, principalmente no gênero animação, mas, há de se ressaltar que é a forma como estas temáticas são abordadas que se torna possível fazer uma distinção entre o que é bem feito do que não é.
Não há de se negar que a animação, a nível estético, é interessante. Sob o ponto de vista conteudista, é clichê e nem um pouco surpreendente. Consegue, com certeza, tirar algumas risadas do público infanto-juvenil, mas deixa a desejar para o espectador acostumado com a excelência de algumas obras do gênero, tais como Shrek, Procurando Nemo.
Tratando destes dois últimos casos, ainda é correto afirmar que o gênero Animação tem gradativamente entrado no universo simbólico do público adulto. Anteriormente (não muito tempo atrás), a linguagem dos filmes de animação correspondia à limitação de temáticas do mundo infantil, mas, o que se pode visualizar e admitir com toda certeza é que cada vez mais os animes fazem parte do um espaço comum a adultos e crianças. A produção do sentido, obviamente, adquire sua plenitude e riqueza com a interpretação daqueles, mas, ainda assim consegue agradar o gosto dos mais jovens.
E, voltando ao Monstros vs Alienígenas, para quem não gosta muito de animação é uma boa pedida pro fim de semana.

Editais do Rumos Itaú Cultural






Os editais completos estão disponíveis em www.itaucultural.org.br/rumos


CATEGORIAS E PRÊMIOS

CINEMA E VÍDEO 2009-2011 – Linguagens Expandidas

Embora mantenha o objetivo de fomentar e difundir a produção do audiovisual contemporâneo, esta sexta edição do programa Rumos Itaú Cultural Cinema e Vídeo muda de foco e expande sua área de ação, para além do campo do documentário, como tradicionalmente ocorria nas edições anteriores.

A partir de uma percepção de que o audiovisual na contemporaneidade se apresenta em suportes, meios e formatos diversos cada vez com mais intensidade, três categorias de fomento foram criadas: Filmes e Vídeos Experimentais; Eventos Multimídia; e Documentário para Web. Em cada uma, a apropriação dos meios audiovisuais e suportes variados deve se dar de formas diferentes, mas sempre com o intuito de trabalhar a experimentação e a expansão das linguagens, permitindo a criação de experiências audiovisuais particulares e intensificadas.

Caberá à comissão de seleção definir o número de selecionados para cada categoria. Os trabalhos terão aporte financeiro definido e cujo orçamento deve contemplar a realização integral do projeto. O processo de seleção será realizado entre os meses de junho, julho e agosto de 2009. O resultado final será comunicado aos contemplados, até o dia 08 de setembro pela imprensa e pela internet, no site do instituto.

A categoria Filmes e Vídeos Experimentais deve propor, obrigatoriamente, experimentações de linguagem e extrapolar a estrutura clássica. Serão aceitos trabalhos de ficção, ensaios, animação, videoarte, documentários experimentais, motion design – com exceção dos projetos específicos de Videodança (conferir edital de Rumos Dança). Podem ter três formatos de duração:

• até 15 minutos: orçamento de até R$ 30 mil
• 26 minutos: orçamento de até R$ 50 mil
• 54 minutos: orçamento de até R$ 80 mil

Eventos Multimídia abrange VJing (Live Images), performances audiovisuais, cineinstalações, vídeoinstalações e obras e espetáculos cênicos que utilizem em seus processos criativos os meios audiovisuais. Os projetos poderão explorar a presença de uma situação audiovisual em espaços distintos ao da sala de cinema e de sua ocorrência na televisão e internet, rompendo-se com a obrigatoriedade de uma tela única e frontal. Não serão aceitos, no entanto, aqueles que utilizem processos e sistemas interativos (conferir edital de Rumos Arte Cibernética). Serão aprovados orçamentos de até R$ 80 mil. Deste total os custos de produção não poderão exceder o valor de até R$ 40 mil, assim como os custos de montagem.

Na categoria Documentário para Web, a concepção do projeto leva em conta a exibição em janela de web 480x360 e tela cheia. Serão contemplados sete projetos de oito minutos cada, desenvolvidos a partir das temáticas de ruído ou velocidade. Cada projeto receberá aporte financeiro de até R$ 25 mil.


JORNALISMO CULTURAL 2009-2010

Em sua terceira edição, o Rumos Jornalismo Cultural reitera a importância de identificar um caminho para a melhor compreensão dos papéis e das funções da mídia, da academia e das instituições culturais no jornalismo cultural brasileiro. O programa também se justifica pela relevância que universidades, professores, veículos de comunicação e jornalistas têm no diálogo entre agentes culturais diversos – sejam instituições, artistas, curadores, pesquisadores, produtores, técnicos – e a sociedade.

O seu foco se mantém na promoção da reflexão sobre a formação do jornalista de cultura e sobre a prática desse tipo de jornalismo na contemporaneidade. Assim, as duas carteiras para participação são Estudante e Professor.

Neste biênio 2009-2010, o Rumos Jornalismo Cultural traz duas mudanças significativas em relação ao anterior: na carteira Estudante, a categoria Web acompanha as tendências do jornalismo digital mundial ao propor que o inscrito crie um blog de cultura e o mantenha com pelo menos cinco posts para que a Comissão de Seleção tenha meios de avaliar o exercício de aprofundamento da pauta, talento que um bom profissional deve desenvolver no jornalismo online. Já na carteira Professor, o programa passa a reconhecer, também, a contribuição do docente de pós-graduação na investigação, na formação de pesquisadores e profissionais especializados e na consolidação do campo do jornalismo cultural no Brasil.

Na carteira Estudante, o aluno de comunicação social ou jornalismo de terceiro a quinto períodos concorre com uma reportagem individual para a editoria de cultura, de acordo com orientações detalhadas no edital disponível no www.itaucultural.org.br/rumos.

Ela se desdobra nas categorias Reportagem para Mídia Impressa – um texto com até 10 mil caracteres, com espaços, que terá até seis contemplados; Reportagem para Mídia Sonora, com uma gravação em áudio de quatro a cinco minutos de duração, terá até dois contemplados; Reportagem para Mídia Audiovisual, gravação em vídeo de três a quatro minutos de duração, terá até dois contemplados; e Web-reportagem, com modelos de blogs disponibilizados pelo Portal Terra, numa renovação da parceria realizada na edição anterior. Terá até dois contemplados. O interessado pode se inscrever em quantas categorias e com quantas reportagens quiser, mas a seleção se dará em apenas em uma delas.

Os selecionados terão participação exclusiva no Laboratório On-Line de Jornalismo Cultural, de março a novembro de 2010, com bolsa mensal de R$ 700, sob orientação de um editor de cultura, com o objetivo de realizar uma matéria especial na categoria em que inscreveu a reportagem selecionada. Por ocasião da definição da pauta, recebe ainda uma ajuda de custo para produção da reportagem, no mesmo valor. Serão pagos R$1.000 como licenciamento dos direitos autorais pela publicação/exibição da matéria especial em produto gerado pelo programa, em dezembro de 2010. Além disso ganharão livros sobre jornalismo e cultura – inclusive para as bibliotecas de suas faculdades -, entre outros benefícios.

Já a carteira Professor está voltada para docentes de graduação ou pós-graduação de comunicação social ou jornalismo, com pelo menos dois anos de experiência em estabelecimentos brasileiros de ensino superior. Eles devem concorrer com um texto individual, ainda não publicado, de 15 a 30 mil caracteres (com espaços) sobre o tema Aperfeiçoamento do Professor de Jornalismo Cultural e/ou Formação do Aluno em Jornalismo Cultural. Pode ser uma reflexão, um projeto ou um case, desde que acompanhado de objetivo, justificativa e resumo, de acordo com as normas da ABNT solicitadas no edital.

Desta carteira, serão contemplados até oito trabalhos. Os seus autores farão participação quinzenal no grupo de trabalho do Fórum Rumos Jornalismo Cultural, pela internet, para realizarem juntos um mapeamento original e nacional do ensino de jornalismo on-line, entre março e agosto de 2010. Receberão, ainda, pagamento de R$700 pelo licenciamento dos direitos autorais de exibição do texto selecionado no site do Itaú Cultural e uma bolsa de R$ 4 mil, dividida em quatro parcelas, pela participação no Fórum; além de pagamento de R$ 2,2 mil pelo licenciamento dos direitos autorais da produção da pesquisa de mapeamento (textos, gráficos, imagens), em dezembro de 2010. Além disso ganharão livros sobre jornalismo e cultura, entre outros benefícios.

Nos dois casos, a seleção será realizada entre setembro e outubro e o resultado será comunicado a seguir de pela imprensa e pelo site do instituto.



Baseado no livro de auto-ajuda Ele Simplesmente Não Está a Fim de Você, escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo, que foi inspirado em um episódio da serie de TV Sexy and the City, o filme "Ele não está tão a fim de você" (He's Just Not That Into You, 2009) conta com um elenco de estrelinhas, tais como Jennifer Aniston, Jennifer Connelly, Ben Affleck, Drew Drew Barrymore, entre outros.

O filme se inicia com uma cena bastante engraçada: um menino empurra uma menina e fala coisas feias para ela, chorando corre para a mãe que diz: sabe porque ele fez isso? foi porque ele gosta de você. E pronto, é assim que as mulheres são condicionadas, desde pequenas, a achar que quando o sexo oposto a maltrata é porque ele gosta dela.

E se constrõe uma de amizades, com pessoas em diferentes estágios de vidas: a menina Gigi está desesperada por um namorado, saiu com um cara que não quis nada com ela pois está apaixonado por sua "amiga" uma professora de yoga que tem uma amiga que tenta no mundo virtual (orkut, msn, myspace, email, ... ) conhecer alguém interessante, a professora de yoga usa o seu "amigo" e o descarta, principalmente depois de ter conhecido um cara lindo (e casado) no supermercado. A esposa dele trabalha com Gigi e com uma mulher que namora há sete anos, e agora vê a sua irmã mais nova se casando, e ela nada ainda.

De maneira bem armarrada, a história vai se construindo e prende a atenção do público, que se identifica com uma ou mais das histórias vividas pelas personagens.
Gigi conhece o dono do bar, que é amigo do cara que deu fora nela, e ele a adota como pupila, e ensina como identificar se o cara está (ou não) a fim. O diálogo deles, e todas as cenas dos dois rendem momentos divertidíssimos, e eles roubam a cena.

É um bom filme, com clichês (é claro), mas sem dúvidas indicado para uma tarde divertida no cinema na companhia de amigas.


PS: a direção é de Ken Kwapis (The Office, Licença para Casar)

Cinco mandamentos para a crítica de cinema






















Graccianos,

Mais uma contribuição do prof. Setaro ao nosso Blog. Desta vez são as recomendações do crítico Carlos Adriano. Nosso agradecimento ao prof. Setaro.

Cinco mandamentos para a crítica de cinema
Por Carlos Adriano

Algumas regras não-dogmáticas, inspiradas pela obra do crítico André Bazin, que morreu há 50 anos


Seria tão inevitável quanto previsível que um artigo a propósito do cinqüentenário da morte de uma personalidade da cultura e das artes buscasse recordar seus principais feitos e recortar sua contribuição em perspectiva.
Mas seria igualmente tão inevitável quanto previsível que um tal artigo (se) colocasse a (e à) disposição para articular a pertinência e atualidade deste legado. É uma operação em que a memória atiça o exemplo regenerador.
Pensar nos 50 anos da morte de André Bazin faz pensar nos últimos e nos próximos 50 anos da existência da própria crítica de cinema.
Bazin morreu em 11 de novembro de 1958, aos 40 anos. Apaixonado militante da crítica, tomava-a como forma de educação do leitor e de contribuição ao cinema. Animou cineclubes, escreveu em jornais. Fundou e editou a mítica meca bíblica de todos os críticos, "Cahiers du Cinéma". E ainda criou uma das teorias mais profundas e profícuas do cinema.
Teoria que até explica o fascínio que a arte do filme exerce há mais de cem anos. Não é possível pensar estetica e historicamente o cinema sem a “ontologia da imagem” de Bazin. Que, por sua vez, é crucial para se entender o cinema que surge após quase findar a era da natureza de índice (fotográfico) da imagem, o chamado cinema digital, pós-fílmico.
Sob o risco de subestimar a importância do crítico, bastaria sumariamente dizer que, sem André Bazin, não existiria a Nouvelle Vague (ou, ao menos, ela não teria sido o que foi; o que implica não relevar a importância de Henri Langlois na formação do mesmo movimento).
E nem é necessário dizer que a nova onda francesa, capitaneada por Chabrol, Godard, Resnais, Rivette, Rohmer e Truffaut, espalhou sua maré e repercutiu em outras praias ao redor do mundo, influenciando a emergência de cinemas novos da Alemanha à Itália, do Brasil ao Japão.
O fato de haver outras ondas novas de cinema, anteriores ou contemporâneas à Nouvelle Vague, como o cinema underground nos Estados Unidos ou o cinema letrista na própria França, é prova do mister do crítico que deve saber apontar e reparar os lapsos.
No tipo de exercício que se conjectura, cumpre ter em mente os contextos e a moldura da época. O mais fácil e o pior seria o lamento da nostalgia romântica. Pode até ser mesmo que o cinema não seja mais aquele. Assim como o mundo. O perigo das comparações é compensado pela ambição de encontrar ressonâncias, de retroprojetar conexões.
Em 1943, Bazin percebeu que o dispositivo da crítica seria o instrumento fundamental para a melhora do cinema. Autor de um texto incomparável, tanto pelo estilo preciso e elegante como pelo poder de articular o geral e o específico, Bazin configurou uma imagem de pensador do cinema.
Cada artigo escrito cumpria o desígnio de melhorar a qualidade do cinema francês. E, por extensão, servir religiosamente à glória da realidade. Levou uma vida devotada, em última instância, à educação, e devastada pela fadiga intensa consumida em várias atividades e por seqüelas de tuberculose e leucemia.
Com Alexandre Astruc (que publicou o artigo “La caméra-stylo” em "L’Ecran Français", 1948, identificando câmera e caneta), Bazin articulou um conceito-chave do cinema moderno: o diretor do filme como autor. Tal idéia seria assumida e radicalizada pela “política dos autores” de Truffaut, Rohmer e Rivette.
Após a Liberação, Bazin agitou cineclubes da Alemanha ao Marrocos, além dos que fundara na Maison des Lettres (Sorbonne) e em Travail et Culture, e servia de inspiração aos intelectuais do Quartier Latin e aos operários de fábricas nos arrabaldes de Paris. Costumava espalhar o evangelho do cinema também em salões de igrejas.
Escrevia regularmente em jornais (no diário "Le Parisien Libéré" e no semanal "Observateur") e em revistas ("Esprit", "La Revue du Cinema" e "Les Temps Modernes"; a primeira foi fundada por Emmanuel Mounier e a última foi editada por Sartre e Merleau-Ponty, três dos filósofos que mais impressionaram Bazin).
Ele chegou a escrever um livro sobre o cinema francês da Ocupação e da Resistência. A ação cineclubista de Bazin gerou o Festival dos Filmes Malditos, em Biarritz (1949), que confrontou pela primeira vez a vanguarda francesa (Cocteau) e os “jovens turcos” (Rivette, Godard, Truffaut), cinéfilos críticos que virariam cineastas.
Com o artigo “O mito de Stalin no cinema soviético” ("Esprit", 1950) fez um diagnóstico severo entre o velho e o novo (cinema), cometendo a blasfêmia (para as hostes comunistas) de fazer uma comparação entre Stalin e Tarzan. No apêndice de 1958, Bazin sugere que Nikita Kruschev pode ter lido seu artigo (no discurso-denúncia de 1956 sobre Stalin, Kruschev mencionava a manipulação e a distorção histórica forjada pelo cinema contra a União Soviética).
Em abril de 1951, André Bazin cria os "Cahiers du Cinéma", com Jacques Doniol-Valcroze, Joseph-Marie Lo Duca e Léonide Keigel. Se os fanáticos da revolução cultural na China seguiam um livrinho vermelho, os fiéis da revolução anunciada do cinema na França rezavam por aquela revistinha de capa amarela.
O compromisso com a teoria e a história do cinema não excluía o contemporâneo. As atualidades, ou seja, a produção corrente dos filmes da época, é que forneciam a pauta para os artigos e as capas da revista. A idealista fenomenologia baziniana não renegava a imanência cotidiana.
Haveria hoje algum crítico de cinema capaz de cumprir o pão diário das resenhas e fermentar uma teoria do cinema (além de traçar “a evolução da linguagem do cinema”, título de um de seus artigos)? Pois Bazin resenhava na imprensa de grande circulação e em revistas especializadas, quando bolou uma das teorias mais fecundas e duradouras para o cinema e a fotografia.
“Ontologia da imagem fotográfica” (1945) é um ensaio-axioma que situa o cinema como fato cultural de triunfo num arco histórico de quatro mil anos, da arte funerária egípcia ao advento do filme sonoro. Densa ode ao cinema como puro tradutor dos traços da natureza e da realidade. Apoiada em Jean Renoir, Roberto Rossellini e Orson Welles, esta teoria é, a grosso modo e num resumo brutal, o desejo de um realismo de verdade na luta contra a morte.
A fotografia como múmia do tempo. É “uma das formulações mais sutis do problema da ‘presença do real’ na imagem cinematográfica”, diz Ismail Xavier, que incluiu “Ontologia da imagem ...”, “Morte todas as tardes” (1949-1951) e “À margem de ‘O erotismo no cinema’” (1957) na antologia "A Experiência do Cinema" (1991), e prefaciou "Ensaios: Cinema" (1991), seleta baziniana extraída dos quatro volumes de "Qu’Est-Ce Que le Cinéma?" (1975).
Em “Por uma crítica cinematográfica”, Bazin não alimenta ilusões demagógicas: “Não há mais qualquer necessidade de se pedir desculpas pelo esnobismo. No mundo moderno do negócio anônimo, a esnobação é a filantropia dos imbecis. Como a massa daqueles filantrópicos inconscientes não pode encontrar neles mesmos as verdadeiras operações para suas opiniões, o problema volta-se para uma política efetiva de esnobação na perspectiva mais geral de uma política do cinema”.
Não foi por acaso que André Bazin salvou da delinquência o pequeno moleque marginal François Truffaut e o transformou no crítico que assinaria o polêmico “Uma certa tendência do cinema francês” e que, depois, seria diretor de filmes, um dos mais respeitáveis da França. A conduta adotiva fazia parte da pedagogia do crítico de cinema.
É curioso e fatídico acaso que "Os Incompreendidos", o filme de Truffaut que arrebentaria a Nouvelle Vague na tela de Cannes, tenha começado a ser filmado na mesma noite que Bazin morreu. O filme foi dedicado a Bazin, que não teve tempo de ver os caminhos e descaminhos, entre radicalizações políticas e e(s)téticas temperadas por intrigas, seguidos por seus pupilos.
Bazin também foi baliza para outro elemento "bande à part". Colin MacCabe defende a hipótese (no livro ''Um Retrato do Artista aos 70") de que todo o cinema de Godard pode ser explicado à luz de Bazin. Godard não se cansou de bisar uma idéia seminal de Bazin como epígrafe de seus filmes –está, por exemplo, em "O Desprezo" (1963) e "História(s) do Cinema" (1998): “O cinema substitui ao nosso olhar um mundo que está em acordo com nosso desejo”.
MacCabe é um dos críticos que sustenta a existência de um cinema baziniano de 1895 a 1982. Época do real filmado por meios foto-ópticos, químicos e mecânicos. Se o nascimento se deu à luz da sessão pública e paga dos irmãos (e artesãos da fotografia) Lumière, o óbito se daria com o diabólico festim de computação gráfica de "Tron" (Steven Lisberger). Ele é também um dos que sustenta a morte da crítica em 1975, com o lançamento massivo e televisivo de "Tubarão" (Steven Spielberg).
Em dezembro de 1977, Truffaut terminava o prefácio à biografia "André Bazin", obra-chave de Dudley Andrew publicada no ano seguinte, com uma constatação que, 30 anos depois, não perdeu a atualidade nem a pertinência. Após diagnosticar, contundente, o estado da crítica e do cinema de então, Truffaut lamenta: “Sim, nós sentimos falta de André Bazin”.
Como um exercício de atualização e provocação do legado de uma abstração crítica extraída do signo Bazin, segue abaixo uma espécie de proposição-guia (manual de boas maneiras?) com alguns mandamentos possíveis e não-dogmáticos para se saber fazer (bem) uma (boa) crítica de cinema. Mesmo que não se saiba como será o cinema daqui em diante, mas sobretudo tendo sempre em mente essa hélice híbrida e migratória.
1. Saber escrever
O fundamento do ofício não é, à toa, a base mesma do trabalho e do produto do crítico. Se alguém escreve sobre cinema, ou sobre filmes, ele ou ela devem saber usar a língua para lograr seu objetivo. É a matéria de seu pensamento, do que suas opiniões são feitas. O que implica não apenas saber escrever com a devida correção (gramatical, ortográfica) como também saber retorcer a linguagem se for necessário. Dois dos atributos mais cultuados são o da clareza e o da concisão. Dizer suas idéias não deve ser um show de exibicionismo que escamoteia o vazio delas. Nem a indigência do escrito pode comprometê-las. Mas, acima de tudo, preza-se um texto bem escrito. De tão bem escrito, que dá até gosto de ler.

2. Saber escolher o objeto
Num mundo com tanta informação em circulação, a tarefa de seleção é tão importante quanto o próprio objeto selecionado. É evidente que a imprensa das corporações pauta os assuntos da conveniência do comércio. Mas, assim como Hitchcock, Nicholas Ray ou Douglas Sirk souberam interpolar tensões autorais entre as engrenagens industriais, um crítico pode “furar” o bloqueio ao mencionar, "en passant", determinado filme ou cineasta "outsider" na resenha do "blockbuster". Neste mundo de saturação midiática e concorrência mercadológica, há sempre interesse pelo furo do “novo” (artigo em falta no mercado). Portanto, exceto os casos das pautas impostas, é o crítico que propõe determinada pauta.

3. Saber ler o texto e entender o contexto
Supõe-se que o diálogo é a língua da tolerância. O crítico, ao dialogar com o filme e ao se dispor como instância mediadora entre o filme e o espectador, deve depor a vaidade e o preconceito, e tentar ler o que o texto de imagens e sons realmente mostra ou não (para além ou aquém do que se projeta na tela), segundo a proposta do objeto-filme ou sujeito-autor. Ver o que filme não conseguiu fazer não significa dizer o que o crítico queria que o filme tivesse feito. Seria enxergar o resíduo potencial da obra, ou a potência de seu resíduo. Promessa do inacabado. Perceber o que ela queria dizer, mas não conseguiu. Compreender a proposta original do filme, e avaliá-lo por essa condição, é o começo da boa crítica.

4. Saber articular seu repertório em função da obra
É baba de be-a-bá a lei da teoria da comunicação (embora o cinema não se encaixe muito à vontade nesse escaninho) que a recepção de uma obra é o cotejo entre repertórios (de quem faz e de quem lê). Ainda mais quando a obra é do signo novo, que confronta o repertório apriorístico do espectador. Um crítico deve ter o mínimo conhecimento de causa. O próprio ofício implica o jogo de um juízo de valor, que, por sua vez, implica a consciência da história daquele objeto. Faz parte da regra das comparações. Conhecer outros filmes para entender aquele filme. O que significa reconhecer outras críticas, respeitando a apuração e citação de referências. Teoria e história não devem ser incompatíveis com a atualidade.

5. Saber ter generosidade, desinteresse, honestidade
Se há de haver uma ideologia (com exceção da ideologia do próprio cinema) ou profissão de fé afirmativa, esta seria baseada em condições de negação (sob o influxo afirmativo da dialética de Adorno, a marca da distinção): não usar o cinema como meio de alpinismo social; não traficar o cinema entre moedas venais da ganância; não tratar o cinema como seita separatista adversa da comunhão; não fazer do cinema instrumento de auto-promoção; não reduzir a grandeza do cinema à mesquinhez do próprio ego; não devotar-se ao cinema com interesses estranhos à sua missão de reencantar o mundo e revelar o conhecimento; não roubar a chama dos que amam verdadeiramente o cinema.
Se este artigo acabou por se exaurir como arremedo irremediável de manifesto, não foi algo intencional, mas também não terá sido indesejável.

Publicado em 17/3/2009
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Carlos Adriano
É cineasta e doutor em ciências da comunicação pela USP. Todos os seus filmes foram apresentados no 56º Festival de Locarno (seção "Cineastas do Presente") e no 16º Videobrasil (sala no eixo curatorial "Cinema Vídeo Arte"). Realizou "Remanescências" (coleção New York Public Library), "A Voz e O Vazio: A Vez de Vassourinha" (melhor curta documentário Chicago Film Festival) e "Militância" (exibido no MoMA, Nova York). Teve roteiros premiados por Petrobras, Ministério da Cultura e Bolsa Vitae. Com Bernardo Vorobow é autor do livro "Peter Kubelka: A Essência do Cinema" e organizador de "Julio Bressane: CinePoética".

André Setaro e a Crítica




"Poder-se-ia ver a crítica propriamente dita e o ensaio, este mais rigoroso, mais profundo, a ser dotado de um instrumental analítico de maior investigação perfuratriz. Desaparecida dos suplementos as críticas copiosas, o pensar cinematográfico tomou, no último decênio, principalmente, as dissertações e teses acadêmicas e, com isto, lá se foi embora o prazer da leitura. E com o advento da internet, a sua expansão em sites especializados (alguns bons) e blogs -todo 'blogueiro' que se atreve a comentar filmes se considera um crítico de cinema.

Questão cultural, portanto, esta da crítica de cinema. De homens cultos e inteligentes, com ampla visão da arte, ela passou às mãos de fanáticos e 'cdfs', maníacos despreparados, fanáticos para os quais o "youtubismo" é o avatar mais proeminente da contemporaneidade."


Prof. Setaro sistematizou alguns conceitos e vou postá-los aqui também:

Poderíamos dividir, a título de ilustração, o que se escreve sobre cinema em
1.) DISSERTAÇÕES ACADÊMICAS: caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma hipótese e suas variantes em torno de determinado objeto relacionado ao cinema, mas, pelo rigor metodológico requerido, tolhe-se, nelas, o devaneio da escrita, que necessita estar constantemente 'embasada' pelas referências bibliográficas.

2.) ENSAIO: Há, aqui, uma liberdade na expansão do pensamento sem que haja a necessidade de embasamento referencial. Para se escrever um ensaio, no entanto, o seu autor deve possuir certa erudição no assunto. Exemplos de ensaístas: Walter da Silveira, Paulo Emílio Salles Gomes...

3) CRÍTICA: Se o público "vê" um filme, o verdadeiro crítico "lê-o" para ele. A crítica deve sempre ter em vista os elos sintáticos e semânticos da obra cinematográfica e não se ater, simplesmente, como sói acontecer, à análise temática, pois o valor cinematográfico de um filme se encontra na simbiose sintática e semântica.

4.) COMENTÁRIO: Apreciação subjetiva de um filme sem compromisso com a análise de sua estrutura narrativa. Se, por um lado, o comentário pode ser, assim à primeira vista, menos rigoroso e superficial, por outro, um comentarista inteligente pode, despretensiosamente revelar aspectos importantes da obra cinematográfica dentro de um prisma subjetivo e pessoal.

5.)RESENHA: Informação aligeirada sobre um determinado filme como uma espécie de "guia de consumo". Fala-se, aqui, da história, dos atores e de algumas curiosidades em torno da obra cinematográfica. É o que mais existe hoje na imprensa e na internet.

Aproveito para recomendar o Setaros's Blog;

http://setarosblog.blogspot.com/


Entre Les Murs


Graccianos,

Recomendo o excelente Entre os muros da escola, filme do francês Laurent Cantete que ganhou o Festival de Cannes de 2008. Vai aí a Sinopse:





"François e seus colegas professores preparam o novo ano letivo em uma difícil escola da periferia parisiense. Munidos das melhores intenções, eles se apoiam mutuamente para manter vivo o estímulo de dar a melhor educação a seus alunos. A sala de aula, um microcosmo da França contemporânea, testemunha os choques entre as diferentes culturas. E por mais inspiradores e divertidos que sejam os adolescentes, seu difícil comportamento pode acabar com qualquer entusiasmo de professores mal pagos.

François insiste numa atmosfera de respeito e dedicação. Sem agressividade, consegue sempre surpreender os estudantes com sua franqueza. Mas sua ética será testada quando os alunos começarem a desafiar seus métodos."




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